segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre a legalização da maconha e a liberação do casamento entre homossexuais.

Vi um casal de homossexuais se beijando hoje, enquanto cada um destes iam ao trabalho. Creio que agora eu entendo o que é realmente a liberdade de expressão e de opinião; todavia, me coloco no direito de indagar, veementemente, como uma pessoa barbuda pode demonstrar muito afeto a outra pessoa, também barbuda. Não acho, mas afirmo (de acordo com minha opinião, é claro), que presenciei uma cena feia. Não tenho nada contra os homossexuais, conheço e respeito vários deles, sejam por suas habilidades profissionais e/ou comportamento social. Mas não votaria, jamais votaria, a favor da liberação do casamento entre eles. Seria a mesma coisa eu não votar a favor da legalização da maconha. Embora eu já tenha experimentado a maconha, eu não eu gostei e, de acordo com as minhas orientações sexuais, homens não me AGRADAM. Não me importaria em serem liberados e legalizados, respectivamente (salvo possíveis detalhes das leis que regulamentam não estiverem de acordo com a minha visão política/social): os indivíduos tem o direito de fazerem o que bem entendem, desde que não prejudiquem ou ofendam o outro. A própria noção de ofensa aqui colocada é passiva de discussão, porém isento-me por ora deste debate. Contudo, creio ser meu direito (e neste sentido irei exercê-lo), não me manifestar a favor dos dois, até porque estas duas lutas que são travadas atualmente não me representam. Não acho justo, portanto, apoiar algo que não me agrada e não me diz qualquer respeito, a ponto de que (caso essas mudanças forem mesmo aceitas pela e para a sociedade), eu tenha qualquer envolvimento a favor disto. Não deixarei para meus futuros filhos (se eu os tiver), algum legado social que eu não aprovo, cuja participação eu tive. Se eles quiserem adentrar nestes caminhos, é um problemas deles, quanto indivíduos, e uma situação minha, como pai, em discutir tais assuntos . E no mais, que se foda. Não tem ninguém que fala por todos, talvez apenas para um grupo. Os ouvintes se sentem neste representados ou não. E nesse caso, não me sinto nem um pouco.



quarta-feira, 2 de maio de 2012

Back in the Saddle...Again.

Depois de muito tempo, estou novamente aqui. A última vez em que escrevi aqui, estava numa fase de inicio da terapia. Minhas perspectivas não estavam as melhores, e muitas das coisas nas quais ainda tinha esperança, não ocorreram. Felizmente, outras coisas que eu também não esperava que fossem acontecer - quaisquer fossem os meus pensamentos àquela época, emergiram e se tornaram importantes e dignas de valor para mim.
Não vou ficar citando nomes de terceiros aqui, até porque este não é o meu objetivo, e nunca foi e será. Só posso adiantar que me sinto bem mais feliz e realizado do que há (Exatamente!) 9 meses atrás. Foi um período de muitas lutas e sacrifícios, e o (pouco) que aprendi durante este período foi que as principais lutas que um indivíduo pode travar ocorre toda noite, ante de dormir, ao se olhar no espelho. Ali, sem qualquer forma de se esquivar do embate, ele fica frente a frente com a sua imagem, o seu reflexo cuspido - ou não.
Tenho outros desafios, muitos outros combates pela frente. Ultimamente, tenho poucas certezas sobre a minha vida e, principalmente, os caminhos que irei seguir. E, quer saber? Que se foda. Com a ajuda da minha namorada, das minhas terapias, minha família, meus amigos mais próximos e, claro, o meu intitulado querido Self, vou viver um dia de cada vez. Um dos poucos compromissos que tentarei manter,  por mais que pareça manjado, é atualizar este blog, com o que praticamente vier na minha cabeça. Tentarei apenas organizar textos e as vezes, quando me der na telha, alguns temas em específicos.
Agora, sobre o novo título: Entre O Passado e o Futuro - Hannah Arendt;
Publicado pela primeira vez em 1951, o livro trata da relação entre diversas gerações e a ideia de tradição herdada - o que é mantido, o que é perdido. Partindo da ideia de que no século XIX a tradição clássica se esvazia por completo, Arendt traça um longo caminho acerca das tradições clássicas, desde o seu surgimento na Grécia Antiga até a "ruptura" com a mesma por três importantes estudiosos do século XIX: Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Soren Kierkegaard. Enfim, como não termineu de ler, não posso dizer muito mais sobre o mesmo. A foto é da capa da edição da Penguin. Ficou bem legal, ainda mais com a representação do Deus romano Ianus, o duas caras da época clássica. 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Resumo das Férias.

Simples. Tudo deu errado. Foi tudo totalmente fora do planejado, nada foi como era para ser.

Ainda bem que vi tudo isso.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Loucuras das Férias

De volta às paradas, com as mesmas emoções. Texto referente a uma companheira de longa data.


Ansiedade

Tudo passa rápido nestes dias. Emoções, pensamentos, idéias. Grandes projetos são criados da noite para o dia, fico pensando sobre como minha mente consegue atingir níveis altos de produtividade. Ainda assim, fico pensando no que me resta para o dia: festas, farras, e outras coisas a mais.

É excitante sentir-se criativo. Realmente excitante. Ter a idéia de que seu corpo fora projetado para quebrar limites e barreiras cuja quais ele está submetido por hora, de que ele pode chegar a lugares que você nunca imaginara ou jamais pensaria que seria realidade para você. Sim, é excitante. E perigoso.

Quebrando os limites da minha existência, da minha condição física. Tais acontecimentos só podem ocorrer se eu me permitir a tal. Permito-me totalmente, invariavelmente. É uma condição única isto, e eu não posso me perder, me dar ao luxo de ser careta e sensato. Conto com a ajuda dos meus agentes catalisadores, meus aliados nessa busca ilimitada de idéias e acontecimentos. Drogas são bem vindas, principalmente nestes momentos.

São tantos pensamentos que me ocorrem que por hora creio estar congestionado. Sim, atarefado, abarrotado. Nada sai, nada parece me servir, o que há? Percebo que as minhas idéias, minhas emoções, são nocivas.

Não, não são nocivas. São, de fato, fruto das minhas atitudes em relação à vida. Elas estão neste estado não apenas por que eu as deixei chegar neste ponto, mas porque eu sei que elas representam aquilo que é o meu maior problema: a dificuldade (ou medo?) de viver.

Esse medo de viver representa a super proteção (?) que tive da família, os traumas de infância que não superei direito, a ingenuidade, que insisti em não cair por terra, depois das várias frustrações que passei.

Enfim. A ansiedade é fruto de todo esse medo ou ela se alimenta dele?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

John & Cynthia Lennon

Primeiramente, gostaria de enfatizar a difícil relação que John Lennon possuía com a sua esposa, Cynthia. Mãe de seu primeiro filho, Julian, Cynthia representava a tradicional família de classe média britânica, seus valores morais e sua conduta social, o que esbarrava no comportamento mais libertário e desregrado de John Lennon. O filme procura deixar claro esses detalhes, enfatizando na total apatia e indiferença que compunha o dia-a-dia de Lennon com sua primeira esposa. Falta de amor? Um casamento por fachada?

À primeira vista, esta é, sim, a impressão que se tem da relação de ambos. As atuações de Cristopher Eccleston e Claudie Blakley procuram mostrar o clima de total distanciamento das personagens: Enquanto esta está interessada em manter o ambiente familiar de acordo com o protocolo, e fazer com que John se adeque a este, aquele está imerso em diversos outros assuntos que o afastam de todo este ambiente, e inclusive de seu filho. A administração dos Beatles, os problemas que estes enfrentaram após o retorno da Índia, as “escapulidas” de John. A forma com que as imagens são organizadas e postas na edição final demonstra que todos estes são fatores se evidenciam de forma mais latente do que o relacionamento de John e Cynthia, como se esse fosse de fato um compromisso institucionalizado, um fardo que não poderia ser rompido por ambos, visto as regras da sociedade.

(Um fator que me esqueci de evidenciar no post passado foi a forma escolhida pelo diretor para contextualizar a narrativa do filme. Diferente de vários outros filmes autobiográficos, que encenam toda e qualquer passagem da vida do personagem retratado, este optou por inserir registros visuais verídicos, contracenando assim com as imagens fictícias produzidas posteriormente. Muitos podem questionar tal atitude, se a ideia era de se conseguir um maior efeito de autenticidade a partir dessa mescla de imagens de época e encenações atuais. Fica aqui o parênteses.)

Analisando algumas cenas, procuro entender alguns dispositivos usados pela direção no intuito de orientar os atores. Não há qualquer cena em que ambos estejam felizes ou confortáveis um com o outro, sempre há uma divergência de ideias e opiniões. Os semblantes dos atores são sempre soturnos e melancólicos, o que sugere uma vontade, ainda que mínima, de comunicarem. A trilha sonora e os movimentos (?) da câmera enfatizam essa difícil relação entre marido e mulher. Não há, neste período, um ambiente familiar, embora Cynthia acuse John de não sabe o que é uma família.

Deixo aqui a cena que representa o divórcio dos dois, e a última aparição de Claudie Blakley no filme. Com a presença de um advogado, seus pais, e, obviamente, John Lennon, Cynthia procura fazer um acordo com John para que possam continuar seu casamento, embora esteja totalmente abalada com a relação amplamente divulgada de John com Yoko Ono (Naoko Mori). Aqui, se tem uma ótima visão daquilo que caracterizou John Lennon como um ser sarcástico e, muitas vezes, cruel. A atuação de Eccleston deixa claro que a decisão de Lennon era um caminho sem volta, um importante passo. Ao me deparar com essa cena, sempre me questiono se esta interpretação queria realmente passar uma atitude decisiva do personagem, ou a sua reação frente a uma situação que influenciaria todos os seus passos foi construída por um imenso sentimento de fraqueza e fragilidade, mesmo com a ideia de que seu filho poderia ficar longe. Aliás, este é outro ponto evidente do filme. Não há qualquer relação de afeto dos pais de Julian com este. Falo dos pais, porque, se perceberem, Claudie Blakley e Charlie Coulthard – ator infantil que representa Julian, sequer contracenam.

Na verdade, deve ter sido o propósito do diretor. Espero ter deixado claro algumas destas questões que me propus a desenvolver. Fica aí o vídeo e, mais tarde, comentários sobre outros aspectos do filme.

domingo, 1 de maio de 2011

Believing in anything: Analisando o filme Lennon Naked

A primeira vez que vi esse filme para download, achei que não seria digno de sequer uma olhada. Mas, agora que estou escrevendo este texto, confesso que foi bom ter me aventurado e olhado um pouco mais sobre essa adaptação de uma época bem conturbada e efervescente, tanto em termos culturais quanto políticos. Nada seria mais desafiador do que observar a tudo isso pelo ponto de vista de um dos maiores ícones da época, e dos dias atuais também, mesmo mais de 30 anos após sua morte: John Lennon.

Lançado em 2010, e produzido pela BBC, Lennon Naked propõe um olhar sobre a vida de John Lennon (Cristopher Eccleston) de 1964 a 1971. O filme foca principalmente a partir de 1967, com a morte do empresário de longa data dos Beatles, Brian Epstein (Rory Kinnear), a deterioração do relacionamento entre os membros da banda, a ruptura de John com Cinthia (Claudie Blakley), sua primeira mulher, uma nova vida com Yoko Ono (Naoko Mori), e a tumultuada relação com seu pai (Cristopher Fairbanks), cujo reencontro após 17 anos de ausência se transforma em um processo intenso e doloroso, para ambos.

O filme começa em 1964, durante as filmagens daquele que seria A Hard Day’s Night, o primeiro longa metragem dos Beatles, inspirado no álbum homônimo. Após várias súplicas, Brian atende ao pedido do pai de John e arranja um encontro entre os dois, que se dá de forma brusca e conflituosa. Pude perceber que a atuação de Eccleston procura evidenciar não só o desconforto de um reencontro de dois familiares após uma longa data, mas também a situação-limite em que John Lennon se encontrava. Havia, de fato, uma pressão interna muito forte para este reencontro, e isso fica claro nas cenas posteriores onde ambos se encontram. Notoriamente reconhecido por sua frieza, arrogância e sarcasmo evidente, essa cena inicial evidencia até que ponto a fama catalisa as angústias de John: este se apresenta sociável e carismático ao grupo de fãs histéricas que o perseguem, ou ao motorista que lhe pede um autógrafo para sua esposa. Porém, frente ao seu pai, seu comportamento mescla o desprezo e o ódio, destacando a sua dificuldade de comunicação e expressão, que definirá todas as decisões que tomou a frente, além do tom melancólico do filme.

Após essa cena inicial, há um salto de três anos, e diversas mudanças também ocorrem na composição estética do filme: A película, até então preto e branco, torna-se colorida, e há a presença de cenários mais bem iluminados, o que dá uma impressão ambígua de serenidade, que é tudo que não se vê no filme. Em 1967, a banda lança o álbum Magical Mystery Tour, o primeiro depois da morte de Brian Epstein. A relação entre os membros ainda é estável e produtiva, mas todos demonstram a preocupação de continuar sem a orientação e direção daquele que fora seu empresário bem antes do sucesso.

A partir deste ponto, procurarei fazer esta análise de forma a separar tópicos, elucidando situações diversas que dão corpo à narrativa do filme. Evidencio diversas ao invés de ‘distintas’, por que essas, de fato, não estão desconexas. Entretanto, para a elaboração de qualquer relato sobre algum fato, é necessário ‘descontruir’ o mesmo, dando corpo assim à mensagem que se quer passar na obra. Só vivendo mesmo para apreender mais do geral – se tal afirmação pode ser possível. Todos sabemos disso. Mas, para elucidar o que vou demonstrar, acho mais comfortável evidenciar esta questão.

Mas, vamos lá.

Nota: Não fiz nenhuma pesquisa profunda sobre fatos e versões sobre a vida de John Lennon, e confesso que não assisti (ainda) a outros filmes que buscam na vida deste artista o seu enredo. Falo de filmes como Nowhere Boy. Se alguém que não assistiu Lennon Naked ainda se sentir interessado em fazê-lo após

ler isso, já está ótimo para mim.

sábado, 23 de abril de 2011

O Latente atrás do aparente; o não visível através do visível...

Sentado na frente deste computador, posso ver como minha vida está imperfeita. Tenho (quase) tudo que quero; saúde (?), felicidade (??), e paz de espírito. Sim, também me parece muito estranho e caótico essa junção de expressões aqui apresentada, mas assim é que tenho pensado durante praticamente toda minha vida. Não consigo manter um pensamento mais coeso e organizado, salvo raras exceções. O que está acontecendo comigo? Seriam esses desordenados pensamentos uma demonstrativa clara da minha condição de ser humano, ou estou passando por umas das minhas piores crises emocionais de minha vida?

Afinal, escrevo isso para poder pensar melhor sobre isso. Não vejo outra maneira. Não consigo comunicar com os meus amigos, nem com meus familiares. A (falta de) expressão no rosto da minha mãe condena e sela essa dificuldade, que a cada dia se revela mais forte. O que poderia ter feito, se não enxergar nessas linhas uma possível fuga desse irrequieto estado?

Ok. Vamos lá.

( Ps: Quando postei este texto, estava ouvindo Alexander the Great, do Maiden.)

Estou sempre pensando de uma forma que todos dizem ser ‘alienada’: Não pareço demonstrar qualquer tentativa de uma visão imparcial sobre qualquer dos atos e fatos que passam pela minha vida, o que isso prejudicaria a minha forma de resolver meus problemas e continuar em frente.

Mas, permitam-me discordar disso. Sim, permitam-me. Não posso me furtar a discorrer sobre alguns pontos envolvendo esta questão, que para mim é muito clara – e cara.

Não posso pensar que estou sempre analisando as coisas de uma forma alienada. Pelo simples fato de pensar que ainda estou são e de plena posse de minhas faculdades mentais. Não vejo em ser alienado a tentativa de estar sempre procurando ver as coisas de uma forma mais abrangente, a partir das várias perspectivas que aquilo pode te oferecer. Sim, eu procuro ver tudo como está, o que retarda alguma atitude mais firme e decidida. Essas, contudo, são a saída para os problemas. Na verdade, sempre há uma saída: essa saída existe por que está tudo se movendo, nada para, só os filmes congelam os momentos. Alguém ai lembrou pela minha paixão pelo cinema?

Não quero pensar que estará tudo perdido, por ser a vida o mar infinito do acaso e do desespero. Nossa condição de ser humano é, sim, de estar condenado a navegar por estes lugares indefinidos e arrepiantes, e estar preso – literalmente – a alguma coisa que não o deixará se perder para sempre. Sim, não há felicidade para mim, nem para você – se alguém ler. Ainda estou assim porque devo ter perdido aquilo que me segurava, e não estou achando de novo. Ou qualquer outra coisa que possa me segurar. Se alguém tiver uma dica, me avise.

Aquilo que me segurava. O sonho de achar alguém. Como? Sim, isso mesmo. Aquele sonho totalmente inútil, aquele sonho totalmente fútil. Ele é tão fútil ao mesmo tempo em que é ambivalente: somos ensinados a continuar a vida o ignorando, priorizando assim as outras coisas da ‘vida’: todavia, não há coisa mais normal do que nos fecharmos em casa à noite e nos lamentarmos pela solidão que está nos consumindo.

Estou conversando com um amigo agora. Engraçado, ele me disse para ignorar praticamente tudo que está sendo escrito aqui. Seria extremismo demais da minha parte seguir em frente remoendo estas coisas. Não, não posso crer nisso. Estou determinado a tirar da minha tristeza a minha inspiração, dela o meu sustento para viver. Por que seu insisto nisso? Tem haver com eu estar sempre idolatrando alcoólatras e suicidas? Teria algo haver com sempre imaginar que só a verdadeira introspecção é a chave para uma vida feliz. Feliz? Ser feliz é querer morrer como um louco que nem você mesmo suporta?

Pobre autor, você é tão bobinho...