sábado, 23 de abril de 2011

O Latente atrás do aparente; o não visível através do visível...

Sentado na frente deste computador, posso ver como minha vida está imperfeita. Tenho (quase) tudo que quero; saúde (?), felicidade (??), e paz de espírito. Sim, também me parece muito estranho e caótico essa junção de expressões aqui apresentada, mas assim é que tenho pensado durante praticamente toda minha vida. Não consigo manter um pensamento mais coeso e organizado, salvo raras exceções. O que está acontecendo comigo? Seriam esses desordenados pensamentos uma demonstrativa clara da minha condição de ser humano, ou estou passando por umas das minhas piores crises emocionais de minha vida?

Afinal, escrevo isso para poder pensar melhor sobre isso. Não vejo outra maneira. Não consigo comunicar com os meus amigos, nem com meus familiares. A (falta de) expressão no rosto da minha mãe condena e sela essa dificuldade, que a cada dia se revela mais forte. O que poderia ter feito, se não enxergar nessas linhas uma possível fuga desse irrequieto estado?

Ok. Vamos lá.

( Ps: Quando postei este texto, estava ouvindo Alexander the Great, do Maiden.)

Estou sempre pensando de uma forma que todos dizem ser ‘alienada’: Não pareço demonstrar qualquer tentativa de uma visão imparcial sobre qualquer dos atos e fatos que passam pela minha vida, o que isso prejudicaria a minha forma de resolver meus problemas e continuar em frente.

Mas, permitam-me discordar disso. Sim, permitam-me. Não posso me furtar a discorrer sobre alguns pontos envolvendo esta questão, que para mim é muito clara – e cara.

Não posso pensar que estou sempre analisando as coisas de uma forma alienada. Pelo simples fato de pensar que ainda estou são e de plena posse de minhas faculdades mentais. Não vejo em ser alienado a tentativa de estar sempre procurando ver as coisas de uma forma mais abrangente, a partir das várias perspectivas que aquilo pode te oferecer. Sim, eu procuro ver tudo como está, o que retarda alguma atitude mais firme e decidida. Essas, contudo, são a saída para os problemas. Na verdade, sempre há uma saída: essa saída existe por que está tudo se movendo, nada para, só os filmes congelam os momentos. Alguém ai lembrou pela minha paixão pelo cinema?

Não quero pensar que estará tudo perdido, por ser a vida o mar infinito do acaso e do desespero. Nossa condição de ser humano é, sim, de estar condenado a navegar por estes lugares indefinidos e arrepiantes, e estar preso – literalmente – a alguma coisa que não o deixará se perder para sempre. Sim, não há felicidade para mim, nem para você – se alguém ler. Ainda estou assim porque devo ter perdido aquilo que me segurava, e não estou achando de novo. Ou qualquer outra coisa que possa me segurar. Se alguém tiver uma dica, me avise.

Aquilo que me segurava. O sonho de achar alguém. Como? Sim, isso mesmo. Aquele sonho totalmente inútil, aquele sonho totalmente fútil. Ele é tão fútil ao mesmo tempo em que é ambivalente: somos ensinados a continuar a vida o ignorando, priorizando assim as outras coisas da ‘vida’: todavia, não há coisa mais normal do que nos fecharmos em casa à noite e nos lamentarmos pela solidão que está nos consumindo.

Estou conversando com um amigo agora. Engraçado, ele me disse para ignorar praticamente tudo que está sendo escrito aqui. Seria extremismo demais da minha parte seguir em frente remoendo estas coisas. Não, não posso crer nisso. Estou determinado a tirar da minha tristeza a minha inspiração, dela o meu sustento para viver. Por que seu insisto nisso? Tem haver com eu estar sempre idolatrando alcoólatras e suicidas? Teria algo haver com sempre imaginar que só a verdadeira introspecção é a chave para uma vida feliz. Feliz? Ser feliz é querer morrer como um louco que nem você mesmo suporta?

Pobre autor, você é tão bobinho...

Um comentário:

  1. Saiba que só através do amor o homem pode se encontrar com a perfeição dos sábios.
    :D

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