sábado, 28 de março de 2009

Pink Floyd - The Wall

E a série de homenagem a bandas continua. É inegável a importância do Pink Floyd não só para a história do Rock, mas também para toda a história da música comtemporânea. Embora sua obra mais importante e cultuada seja The Dark Side of the Moon (Sobre a qual falaremos em outro momento, em uma outra outra postagem), homenageio hoje o albúm conceitual The Wall, lançado em 1979. Após sucessos estrondosos como Wish You Were Here (1975) e Animals (1977), The Wall consolida de vez o sucesso e a qualidade dos trabalhos do Pink Floyd. O conceito do albúm, criado pelo principal letrista da banda, Roger Waters, remete a um conjunto aparentemente desconexo de ações pessoais e crítica a grandes acontecimentos históricos do autor, que cria a história de um famoso músico de rock que, por ser totalmente introspectivo, não consegue lidar com as diversas dificuldades que lhe aparece ao longo da vida, como a morte de seu pai na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), a extrema proteção por parte de sua mãe, a traição de sua esposa, e o peso do sucesso, que lhe faz optar por se isolar completamente (embora ao menos em pensamento, como é sugerido no filme e no albúm) da sociedade. Como dito anteriormente, a obra é profundamente inspirada na vida de Roger Waters e seu olhar sobre a mesma, o que pode fazer se confundir, ao menos a primeiro instane, se a história contada não é mesmo a do músico. Ele realmente perdera seu pai na guerra e, de acordo com entrevistas, estava se sentido totalmente sufocado pelo esmagador sucesso que obtivera após a grande repercussão de The Dark Side of the Moon, que promovera a imagem e a música do Pink Floyd a patamares jamais pensados até mesmo pelos próprios membros da banda. Esses fatos estão presentes mesmo em músicas até de albúns anteriores a The Wall, em particular na canção Wish you were here, do albúm homônimo de 1975, em que Roger afirma que o sucesso é como um papel principal em uma gaiola (“…for a lead role in a cage?”). A idéia de se isolar a partir de um muro começou a tomar forma após o incidente do show de Montreal, em maio de 1977, quando Roger Waters cuspiu em um fã que estava fazendo bagunça e queria subir no palco da banda. O descontentamento de Waters com esse episódio fora tão grande que, a partir daí, começara a desenvolver um conceito que posteriomente viria se tornar o albúm de 1979. O sucesso do albúm não se deve, obviamente, apenas ao conceito do mesmo, mas também pelas contribuições de outros membros da banda nos aspectos musicais, em especial David Gilmour, guitarra, e Richard Wright, teclados. A atuação de Gilmour nesse albúm fora tão importante, desde a execução de solos memoráveis até as linhas vocais marcantes, que em alguns momentos chega a ofuscar as contribuições de Waters nas composições. Wright, que fora despedido da banda durante as gravações, com alegações de que não estava se dedicando a banda e também por abuso de drogas, contribui com linhas de teclado as vezes poderosas e sublimes, marcando de vez a sonoridade característica da banda. Sua ausência seria sentida em The Final Cut (1983), e seu retorno a banda, em 1987, comemorado. Após The Wall, as relações entre os integrantes, em especial David Gilmour e Roger Waters tornou-se muito explosiva, o que fez com que Waters se desligasse da banda em 1985. Uma reunião entre os quatro integrantes foi realizada em 2005, no festival Live 8, em Londres, e outra não foi possível, pois Richard Wright morrera em 15 de setembro do ano passado. No entanto, The Wall é um dos grandes marcos da música, e ingnorá-lo é impossível. Seleciono um vídeo dumas das apresentações que se tornaram o albúm ao vivo Is There Anybody Out There? The Wall Live: 1980-1981, lancado em 2000. A música, In The Flesh?, tema de abertura do show e do albúm. Note que não é a banda Pink Floyd, e sim a banda de apoio do show, com máscaras dos músicos da “banda principal”. Obrigado a todos e comentem!!

In The Flesh? Londres, 9 de agosto de 1980.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A Arte de Reclamar do mal-feito.

Se você é, que nem eu, aquele que sempre está reclamando de tudo que tem, muitas vezes em abundância, se põe culpa nas pessoas do lado por algo que é problema seu (maioria das vezes), bem vindo a este post. Até porquê a culpa não será somente minha. "But I can't stop thinkin' 'bout doin' one more time". Essa frase, presente na música Bad Obsession, do Gun N' Roses (Vídeo Legendado logo abaixo), remete a algo que estou passando agora. Recaída. Não de heróina, cujo tema a música trata, mas sim de cigarros. Desculpem pela viadagem, mas sim é. Eu poderia (deveria) estar estudando nesse exato momento, mas já que a merda está feita, cheirá-la é logo adiante. A falta de uma disciplina me atinge desde a minha volta à Uberlândia, a praticamente um mês atrás. O que era para ser um retorno dedicado aos estudos, com claro e definitivo compromisso, está se transformando num ridículo e hipócrita passeio pago com dinheiro alheio (nem tão alheio, para ser mais sincero). Mal consegui ler um texto inteiro, e a rotina deste novo semestre tem-se mostrado (não claramente, ainda) muito intensa, bem mais do que o estafante segundo período que me foi...é momentos como esse que as respostas vem com toda a sua força, assim como minha determinação para almejá-las. Mas sei que amanha, logo com a constatação dessas necessidades, minha força para mudança se transformará em uma horrível comodidade. Odeio pensar assim, mas infelizmente é como é. Está tudo na frente, só falta a mudança certa de postura para realizá-l0. Eu sei (ao menos penso) que preciso lutar e não me render na primeira dificuldade, mas o fator que foi mencionado acima me faz desistir antes mesmo desse primeiro obstáculo. Assim é o jeito de ir prosseguindo, embora de uma forma totalmente errada e esquisita, pelo menos ao meu ver, pelo menos agora. O interessante é dizer que o meu "passado dedicado" aos estudos, me isolou de uma forma que só depois de um longo tempo de férias me senti recuperado de tal, e ciente da suas preocupações. Talvez há aí uma desculpa (pequena, para não dizer esfarrapada) para essas minhas atitudes.

Pode até ser que esteja variando ou que isso seja um fruto da minha preguiça soberba, mas sei de uma coisa: Preciso parar de me preocupar com coisas que realmente não me darão futuro, e sim me preocupar com coisas que me darão sentido à minha vida. Eu até saberia dizer sobre isso, mas não é o momento e local apropriado para tal. Talvez alguma alma caridosa, culta e interessante possa me dizer sobre isso. Que indireta, não?

Fiquem com o Guns. Não se arrependerão. Afinal, um blues (se podemos chamar tal assim) numca é pouco convidativo.

Bad Obsession

domingo, 22 de março de 2009

Holy Land - Angra

Após um bom tempo sem postar nada, inauguro aqui a sessão do blog destinada a música. A música, para todos nós, é um componente indispensável para as nossas vidas, pois estamos sempre pensando em alguma música ou como elas nos afetam. Há música para os diversos tipos de momentos e/ou pensamentos, o que ajuda explicar a grande variedade de estilos. Bom, o primeiro álbum e banda que venho prestigiar aqui é o Holy Land, do Angra. Não só pelo fato de nessa semana ser anunciada a volta de um antigo integrante (Ricardo Confessori, bateria), posto aqui esse álbum por achar (sem brincadeira alguma), o melhor álbum de rock/heavy metal nacional. Não posso descartar tantas outras boas bandas brasileiras, mas para mim o Holy Land é o disco que mais consegue juntar características de rock pesado com ritmos afro-brasileiros, características essas tão presentes nas bandas nacionais. Gravado na alemanha no ano de 1995, após a primeira turnê européia do Angra, o disco conseguiu consolidar a carreira promissora da banda, que havia se saído muito bem após o lançamento de seu primeiro disco, Angels Cry. Holy Land mostra todo um conceito ao lidar com o descobrimento da América e do Brasil, o impacto nos navegantes europeus e nativos americanos. Composições ricas e uma química ímpar, o que é confirmada pelos membros antigos e atuais da banda, possibilitaram a criação de toda essa atmosfera envolvente da fusão de rock pesado, ritmos afro-brasileiros e música clássica. A popularidade alcançada pelo disco levou o Angra pela primeira vez em diversos lugares, em destaque o Japão, país que realmente "descobriu" o Angra e foi responsável pelo seu sucesso. O resultado da turnê foi no disco ao vivo Holy Live, gravado em Paris e que, apesar de ser bastante editado, captura bons momentos do show. Após esta turnê, desentendimentos entre os antigos integrantes e com o antigo empresário deixaram incertos o futuro da banda e, mesmo com o lançamento de um outro disco muito (Fireworks, 1998), que aumentou consideravelmente a popularidade da banda, principalmente na Europa, o Angra jamais seria o mesmo, e uma separação fora inevitável. Deixo aqui um vídeo, feito na época do lançamento do álbum, uma entrevista com o integrantes, onde falam sobre o álbum e a carreira. Um bom abraço a todos e obrigado pelas visitas!

Angra: Programa Metrópole, 1996.

sábado, 7 de março de 2009

Stanley Kubrick's Eyes Wide Shut

Aqui estamos no final do especial em homenagem à Stanley Kubrick, sendo hoje, dia 7 de março de 2009, exatamente dez anos da morte do mesmo, que sofreu de um ataque cardíaco enquanto dormia. Ele não pode acompanhar a estréia de seu último filme, com data para o dia 16 de julho, e nem pode analisar a fria e dura visão da crítica quanto ao mesmo. Este filme é hoje colocado aqui: Eyes Wide Shut (De Olhos bem fechados, 1999). Protagonizado pelo até então casal mais famoso de Hollywood, Tom Cruise e Nicole Kidman, o filme acaba por falhar não quanto ao enredo, mas sim pela forma que o mesmo é dirigido. O casal Bill e Alice Harford (Cruise e Kidman, respectivamente), são convidados a irem a uma festa na casa do senhor Zeiglers (Sydney Pollack), onde comemorariam o natal. A festa é extremamente elegante e, quando Bill vai cumprimentar o pianista da festa, que era um antigo colega da faculdade de medicina, Alice se vê sendo cortejada por um húngaro que também como ela é um admirador de artes. Ao mesmo tempo Bill se vê acompanhado de duas belas moças, que deixam em "claras indiretas" seus verdadeiros objetivos para com ele. Nesse mesmo momento, Bill é chamado pelo senhor Zeiglers, que lhe implora para que salve uma moça que estava em seu banheiro, totalmente dopada com uma grande dose de speedball (Cocaína e Heroína misturadas...humm...). Enquanto isso, Alice por pouco não se ve totalmente seduzida pelo misterioso húngaro. No outro dia, ao chegar a noite em casa, Bill e Alice resolvem se extravasar, e fumam um baseado de maconha. Enquanto estão conversando e discutindo a relação, Alice começa a ficar furiosa com Bill por desconfiar que ele não possui qualquer sentimento de ciúme para com ela. Desapontada, ela lhe conta que no último verão em que o casal saiu para as férias, ela encontrou um homen que lhe despertara um desejo tão grande que, em troca de uma noite com ele, ela estaria disposta a abandonar a sua família. Bill fica totalmente desnorteado, quando o telefone toca e ele é chamado para uma emergência. Após esta, ele resolve sair pelas ruas, e acaba encontrando a prostituta Domino (Vinessa Shaw), que lhe oferece um barato programa porém, ao receber uma ligação de Alice, Bill resolve desisitr do mesmo. Ao encontrar com o pianista que reconhecera na festa de Zieglers, Nick Nithingale (Todd Field), este lhe fala sobre uma misteriosa festa na qual fora contratado a tocar, onde todos os convidados estavam nus, fazendo orgias e outras coisas obscenas. Bill demonstra interesse para ir à festa, porém Nick lhe adverte que precisa procurar uma fantasia para entrar na mesma. Assim, Bill sai com destino a algo que poderá mudar para sempre sua vida. O filme foi um marco na carreira dos atores Tom Cruise e Nicole Kidman, ao mostrarem tamanha versatilidade com personagens controversos que estão em busca não só de realização de suas fantasias sexuais, mas sim da razão de suas vidas. O filme peca um pouco ao não conseguir ter uma boa desenvoltura, sendo as vezes um pouco "parado". Outra desvantagem é um primeiro grande foco na "sociedade secreta", embora ele tente sair dela como se ela não houvesse alguma importância no enredo do filme. Em outras palavras, o enredo do filme e seu argumento são muito bons, mas a sua desenvoltura não segue os parâmetros dos dois primeiros. Mas, não se pode negar que fora uma bela forma de encerrar a carreira de tão importante cineasta que fora Stanley Kubrick. Sua forma de ver os personagens, de explorar as loucuras de cada um, a sua fotografia impressionante, seus singulares movimentos de câmeras, seu rigoroso critério de escolher obras para adaptações, tudo isso e mais fizeram de Stanley Kubrick ícone ímpar e de extrema referência para o cinema. Outros filmes poderiam ter sido homenageados aqui, como Paths of Glory (Glória de um homen, 1957), Lolita (1962), e Barry Lyndon (1975), porém, por falta de oportunidades, tempo, e experiência, ficamos apenas com estes. Deixo apenas uma cena deste filme, a cena do ritual da "sociedade secreta", assim que Bill entra na mansão e percebe o tipo de ritual que ocorre lá. Muito obrigado a todos que visitaram o blog nessa semana, e visitem novamente, aguardem novas emoções.


Cena 1: The Ritual


sexta-feira, 6 de março de 2009

Stanley Kubrick's Dr. Strangelove or: How I learned stop worrying and love the bomb.

O nome é grande, a projeção de média duração para um longa metragem (Aproximadamente 94 minutos), e o resultado, um dos filmes que mais se destacam quando o assunto é Guerra Fria: Dr. Strangelove or: How I learned stop worrying and love the bomb (Dr. Fantástico, 1964). O filme mostra uma divertida e inusitada sátira sobre a guerra fria, e o impacto que uma possível guerra nuclear poderia começar a qualquer momento. O filme começa com o general Jack D. Ripper (Sterling Hayden), um super paranóico e ufanista que ordena um maciço ataque a diversas bases da antiga União Soviética. Entretanto, o ataque é totalmente repudiado pelo capitão Lionel Mandrake (Peter Sellers), que tentar dessuadir o general do ataque. Não conseguindo, informa o também general Buck Turgidson (George C. Scott) sobre o ocorrido e lhe pede para que tome providências para impedir um início de uma guerra nuclear. Buck então reúne-se com o presidente Merkinn Muffley (Peter Sellers), no salão de guerra do Pentágono com outros militares e políticos afim de conseguirem evitarem um desastre maior. Para tanto, também convocam o embaixador soviético nos Estados Unidos, Alexei de Sadesky (Peter Bull), para entrar em contato com o premier soviético e tentarem resolver a situação. Durante a entrevista, o premier soviético anuncia que caso houver um ataque à União Soviética, o exército russo lançaria a Doomsday, uma bomba amplamente formada por cobalt-thorium-G, um raro componente, que promoverá a extinção da vida humana na terra em dez meses. Os russos, de acordo com o embaixador soviético, prefeririam lançar a bomba e exterminar a sua população, ao invés de verem os americanos dominando o mundo. Assustado com essa declaração, o presidente chama o seu conselheiro e principal cientista, o dr. Fantástico (Peter Sellers), que confirma a possibilidade de éxistência de tal arma, e que a mesma poderá, sem dúvida, destruir toda e qualquer forma de vida na terra. Assim, o presidente ordena que se invada a base em que o general Jack se fechou e consiga extrair o código que poderá impedir o tal ataque. O filme, lançado no auge da Guerra Fria, e logo após o impasse da Crise dos Mísseis (1962), que por pouco não gerou um conflito entre as duas superpotências por causa de uma base aérea que iria ser montada na Baía dos Porcos, em Cuba, causou um impacto muito grande, por sugerir que haveria mesmo um ataque a União Soviética (salvo todas as insinuações cômicas), coisa que Kubrick tenta dissuadir logo no começo do filme. A atuação de Peter Sellers, na verdade uma tripla atuação, foi muito aplaudida na época, embora a idéia original era que ele deveria fazer mais um papel: a do Major T. J. "King" Kong, que no final fora interpretado pelo ator Slim Pickens, devido a grande dificuldade que Peter Sellers alegou que teria ao interpretar quatro personagens de grande relevância para o filme. O humor do filme satiriza desde a preocupação de todos frente a uma guerra de grandes proporções, as ideologias, por vezes hipócritas, do capitalismo e do socialismo, obviamente antagônicos, dentre outras coisas. Uma curiosidade é que o filme fora inicialmente escalado para estrear no dia 22 de novembro de 1963, o dia do assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. Com a sorte de não estrear neste dia, e evitar um boicote em massa, o filme só foi lançado em janeiro de 1964. Escolho apenas uma cena deste filme, devido a dificuldade de organizar outras mais. A cena escolhida é a que o capitão Lionel Mandrake é feito refem por um coronel que invade a base do general Jack, e o permite fazer uma ligação para o presidente dos Estados Unidos. Porém o capitão está sem dinheiro para toda a ligação, e pede para que o coronel atira em uma máquina de Coca Cola para retirar o dinheiro necessário. O coronel o atende, porém avisa que se não conseguir falar com o presidente, irá responder um processo contra a Coca Cola. Cena divertida, cuja crítica não é menos importante. Muito obrigado a todos que aqui vieram e não deixem de vir aqui amanha, quando se fará dez anos da morte de Stanley Kubrick, diretor homenageado nesses 5 ultimos posts.


Cena 1: Calling mr. president


quinta-feira, 5 de março de 2009

Stanley Kubrick's The Shining

Vamos agora à quarta produção aqui homenageada do diretor Stanley Kubrick: A sua adaptação do clássico romance de terror de Stephen King, The Shining (O Iluminado, 1980). Junto com A Clockwork Orange e 2001: A Space Odyssey, The Shining é um dos mais reconhecidos filmes de Kubrick. A história de uma família que passa um inverno inteiro em hotel das montanhas do Colorado até hoje fascina, choca e arrepia diversas pessoas. O filme começa com uma exibição das montanhas do Colorado, e a viagem de Jack Torrance (Jack Nicholson) para o Overlook Hotel, a fim de entrevistar-se e tentar conseguir o emprego de zelador do hotel durante todo o inverno, período este em que o hotel é fechado para os hóspedes. Jack busca esse emprego após sua demissão da escola onde trabalhava como professor em Vermont, após ter agredido um aluno (este detalhe não é revelado no filme, mas sim no livro que o inspirou). Durante a entrevista, Stuart Ullman, o gerente do hotel, lhe conta uma tenebrosa história: a alguns anos, o zelador contratado, Delbert Grady (Philip Stone), sofrendo com a solidão do hotel, acabara por desenvolver a Síndrome da Cabana e assassinando sua mulher e as duas filhas. Jack fica um pouco intrigado com a revelação, mas acaba aceitando o emprego e parte rumo ao hotel com a esposa, Wendy (Shelley Duval), e o filho, Danny (Danny Lloyd). Danny é um menino excepcional, que possui poderes clarividentes, sendo capaz de prever coisas que acontecerão futuramente e ver coisas que aconteceram a muito tempo atrás. Aos poucos, ele começar a perceber que um grande perigo assombra o hotel em que ele e sua família irão morar, mas não sabe ainda ao certo o que realmente ocorre. No dia em que sua família chega, ele percebe que o chef de cozinha do hotel, Dick Hallorann (Scatman Crothers), conhece sua habilidade e, já em particular, começa a conversar sobre esses poderes. Ele lhe revela que a sua avó também possuía a habilidade, e ambos a nomearam Shine, e lhe comenta ainda mais sobre essas visões que englobam o passado e o futuro. Ao ver Danny questionando sobre algo de errado que possa ter acontecido no hotel, Dick lhe avisa que tudo que ele possa a vir a ver são como imagens em um livro, e nada seria real, e que ele estava proibido de entrar no quarto 237. Ao longo do enredo, Danny consegue ver os fantasmas das duas meninas que foram assassinadas pelos pais, sendo que a única vez que elas lhes faz contato é quando ele vira com o seu pequeno triciclo em um corredor e as ve no fim do mesmo, convidando-lhe para seguirem-nas. Está aí uma das cenas mais clássicas do terror. Danny não conta nada aos pais, com o intuito de assim esquecer a história. Seu pai, todavia, já começa a sentir os efeitos de uma longa e solitária estada naquele hotel. Em uma cena onde Wendy e Danny estão correndo na neve ao redor da casa, foca-se o rosto de Jack em um já complexo estado de stress e profundo cansaço. Agora, o fantasma que tentara atacar Danny começa a pertubar Jack, que o fará sentir, além do desejo de exterminar sua família, situações que o colocarão como um completo atormentado, capaz de ver espectros que outrora frequentaram o hotel e o reconhecem como se ele já estivesse, embora jamais o tivera feito antes. O filme foi um sucesso imenso, e para sempre foi lembrado junto com outros clássicos de terror dos anos 70, como The Exorcist (1973), e Halloween (1978). Mais uma vez, o talento de Kubrick fora reconhecido pelo público e pela crítica, afirmando-o como um dos grandes diretores. Novamente, Kubrick altera a história base na sua adaptação, o que também não agradara Stephen King. Kubrick mudara desde pequenos detalhes até mesmo aqueles essenciais, como a arma usada para os crimes que o antigo zelador cometera, o que King descreveria que, embora fosse uma produção impecável e aterrizadora de Stanley Kubrick, a sua obra não fora totalmente adaptada como deveria ser. Tanto que no anos 90 criou a série The Shining, aonde o enredo é fielmente conduzido a partir do livro. O diretor também tivera alguns problemas com o ator Jack Nicholson, que criticara o severo e dificil meio com o qual Kubrick preparava os atores e a equipe de filmagem para a produção de seus filmes. Para ilustrar importante filme, foram selecionadas duas cenas que corroboram os fatos descritos acima. A primeira cena é a já discutida aparição dos fantasmas das duas filhas assassinadas do antigo zelador, assim que Danny dobra o corredor. A música de fundo certamente corrobora essa tensão, e o resultado final é esplendido. A segunda cena é a famosa "Redrum", aonde Danny, guiado pelo seu "amigo" Tonny, escreve na porta a palavra Redrum e assustadoramente empunha uma faca. Acaba por acordar a sua mãe que, ao olhar no espelho, percebe-se que ao invés de "Redrum", a palavra escrita é sim "Murder" (assassinato). Elementos como esses fizeram The Shining ser uma das mais importantes obras do terror mundial, e ponto de referência para diversas produções posteriores. Bom filme a todos.


Cena 1: The Hallway


Cena 2: "Redrum"

terça-feira, 3 de março de 2009

Stanley Kubrick's A Clockwork Orange

Um dos mais polêmicos filmes de Stanley Kubrick é agora discutido aqui, filme este que confirmou a sua reputação, após o grande sucesso de 2001: A Space Odyssey, e que seria um dos primeiros a romper barreiras censurais da época, devido a fortes cenas de violência e nudez: A Clockwork Orange (Laranja Mecânica, 1971). Inspirado no romance homônimo de Anthony Burguess, que publicou o livro em 1962, A Clockwork Orange se passa em uma determinada época do futuro (1995 no livro, se não me engano), e mostra uma Inglaterra corrompida, num futuro devastado pelo excesso de criminalidade e a total alienação moral, exemplificada na pele de diversos jovens, como o personagem Alexander DeLarge (Malcolm McDowell), que lidera uma gangue de jovens que brutalmente espanca mendigos, cria arruaças e invade casas. Numa dessas invasões, eles chegam a casa do escritor Frank Alexander (Patrick Magee) e, ao som Singing in the Rain (do compositor Arthur Freed, e eternizada na voz de Gene Kelly), espancam o escritor e brutalmente estupram sua mulher, em sua frente. Alex mora com seus pais em uma típica casa de subúrbio, mente para eles com o intuito de matar aulas, adora a música do compositor clássico Ludwig Van Beethoven, obra essa que ele considera suprema e perfeita, dentre outras coisas. A sua gangue é formada pelos "drugues" Dim (Warren Clarke), um tipo bobalhão, do qual Alex maltrata e humilha publicamente diversas vezes, George (James Marcus), aquele que não aprova o abuso de poder e as humilhações de Alex, e Pete (Michael Tarn), aquele que "nada vê" no grupo. Certo dia, após uma violenta retaliação de Alex, que vingava de seus "drugues" por estes terem dado um basta em seus abusos (A Famosa Cena do Cais), estes lhe preparam uma armadilha na qual ele se vê preso e condenado a 14 anos, visto que pouco antes de sua prisão, em um ataque a uma casa, acaba acidentalmente assassinando uma mulher. Após 2 anos preso e ansioso por estar livre mais uma vez, se oferece como voluntário durante visita do Ministro do Interior, e acaba por ser cobaia em uma nova técnica experimental conhecida como Técnica Ludovico. O que parecia a primeira vista a simples saída da prisão e a volta de sua liberdade se tornou um pesadelo:O tratamento que prometia curá-lo na verdade lhe extraiu o seu instintos como o de violência e desejo sexual, necessários para a sobrevivência. Alex agora tem que encontrar uma forma de viver sob essas condições, o que o filme mostrará que não será fácil. Em outros aspectos, tanto o livro como o filme mostram uma visão totalmente pessimista da sociedade, que caminha para uma destruição total de tudo que se pode ter de valor moral. O próprio Anthony Burguess viveu um pesadelo: fora soldado na Segunda Guerra Mundial, e reconheceu de perto as piores atrocidades que o ser humano pode vir a fazer. Considerando a literatura inglesa da época, que também contava com escritores como George Owen, o autor de Laranja Mecânica teve não só na vida real experiências que o fizeram pensar em história tão controversa, mas também se inspirou em um modo de escrever da época. Ele até imaginou uma grande mixagem de culturas, pois o própio dialeto de Laranja Mecânica é uma mistura de Inglês, Russo, e Cockney, um tipo de inglês vulgar, que é apenas falado, sendo gramaticalmente incorreto. Quanto à adaptação do livro para a tela, Kubrick, modificou algumas coisas, acrescentou outras, criando quase que uma obra à parte, porém visivelmente inspirada na obra "original".Essa sua adaptação diferenciada enfureceu e muito Burguess, que desprezou totalmente a versão de Kubrick e a condenou veementemente. O ódio por Kubrick foi tanto que, ao criar uma versão de Laranja Mecânica para o teatro, um dos personagens que é espancado pela gangue de Alex possui características físicas semelhantes as de Stanley Kubrick. O filme, por fim, foi considerado um clássico absoluto, apesar de toda as críticas devido as fortes cenas que possuía. Detalhes como o tema inicial, um rearranjamento de uma marcha fúnebre do século XVII, servem até hoje como sinônimos desta obra que influencia cineastas do mundo inteiro. Escolho para apresentar o filme duas de suas cenas mais importantes, belas e inovadoras: a cena em que Alex termina a sua noite ao som da nona sinfonia de Beethoven, e a inesquecível cena do cais, onde Alex ataca os seus "drugues" e afirma a sua autoridade. Mais uma vez obrigado a todos vocês pela visita, e não deixem de comentar. Procurem assitir ao filme, indispensável!



Cena 1: Beethoven

Cena 2: Os Pingos nos Is

segunda-feira, 2 de março de 2009

Stanley Kubrick's 2001: A Space Odyssey

Continuando com a sessão de homenagem a Stanley Kubrick, posto hoje a obra que lhe deu o status de um dos maiores diretores de todos os tempos, e é certamente a sua obra mais reconhecida, recheada de efeitos especiais que influenciariam diversos outros filmes posteriores, como Star Wars (George Lucas, 1977), entre outros: 2001:A Space Odyssey (2001: Uma Odisséia no Espaço, 1968).
Inspirado inicialmente no conto de Arthur C. Clarke, chamado "A Sentinela", o interesse por Kubrick por retratar a suposta existência de vida fora da terra veio desde 1964, logo após o lançamento do seu aclamado Dr. StrangeLove (Dr. Fantástico, 1964) e, para tal projeto, convida o próprio Arthur para escreverem juntos o roteiro do filme. Acabaram que no final foram lançados um filme e um livro sobre o assunto, sendo o livro lançado após a grande repercussão do filme, já com algumas diferenças no enredo. O nomes dos dois autores foram colocados em ambas as obras, mas em diferentes ordens (Kubrick em primeiro e Arthur em segundo lugar nos créditos do filme, e o contrário nos créditos do livro), obedecendo a questões de contrato.
Assim como outros filmes de Kubrick, como Barry Lyndon e o própio Full Metal Jacket, 2001 pode ser dividido em duas partes, ou melhor, em três partes: a primeira, eternizada como "Dawn of Man", em que são exibidos os ancestrais dos seres humanos, em constante evolução, e sendo eles mesmos testemunhas de um objeto que seria de extrema importancia para o enredo do filme nas cenas posteriores. Assim como está escrito no Fascículo 21 da Cinemateca Veja ( para os estados de Minas Gerais e Goiás), a cena em que o primata joga o pedaço de osso para o alto e há uma conexão com os "dias atuais", com a máquina em órbita na Lua, é o maior pulo de tempo da história do cinema: 4 milhões de anos. Esta segunda parte já mostra como seria o mundo, na visão dos autores, já próximo da virada para o século XXI, com a completa conquista da Lua, a sua colonização e a expedição a outros planetas. Vale ressaltar que o Homem somente pisou na Lua um ano depois, em 1969, quando o filme já era um sucesso absoluto e já tinha faturado o Oscar de Efeitos Especiais. A terceira, certamente a mais intrigante e importante do filme, mostra com maestria as artemanhas de Kubrick de conseguir exibir as complexidades dos personagens. Aqui, em 2001, essa sua característica anda junto com uma das questões mais debatidas durante os últimos anos: O poder da máquia sobre os homens. No filme, a bordo da Nave Discovery, os tripulantes David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood), são os únicos seres humanos da expedição, e, junto com o computador de última geração HAL 9000 (Voz de Douglas Rain), possuem a missão de viajarem ao planeta Júpiter com o fim de descobrirem a origem de um objeto que fora descoberto na Lua. HAL é um computador muito potente, capaz de realizar diversas operações e "incapaz" de cometer algum erro. No entanto, uma operação de HAL é mal sucedida e, ao reparar os outros dois tripulantes discutindo se o desconectariam, o super computador passa a agir para que isso não aconteça. Enfim, para maiores detalhes é interessante assistirem ao filme, e, para encorajá-los mais ainda, recomendo-lhes assistirem estes vídeos que posto aqui abaixo. O primeiro, a cena antológica que mostra a passagem dos primórdios da evolução do ser humano até "o seu estado mais avançado", e a segunda, uma outra imperdível cena em que o computador HAL 9000 põe sua "vingança" em prática e assassina o tripulante Frank Poole. Não deixem de assistir os vídeos, comentar e depois assistirem o filme completo.



Cena 1: "Dawn of Man"



Cena 2: HAL Kills Frank



domingo, 1 de março de 2009

Stanley Kubrick's Full Metal Jacket

Começando a semana de homenagem a Stanley Kubrick (1928 - 1999), que morreu no dia 7 de março de 1999, antes de estrear o seu último lançamento, Eyes Wide Shut (De Olhos Bem Fechados, 1999). O Primeiro filme escolhido foi Full Metal Jacket (Nascido Para Matar, 1987), que traz a versão de Kubrick sobre a Guerra do Vietnã. Basicamente, pode se dividir o filme em duas partes: A primeira, que relata o treinamento de um grupo de recrutas para o ingresso no corpo de Fulizeiros Navais (Marines), e a segunda, a guerra basicamente dita. Ambas as partes são narradas pelo soldado "The Joker" (Matthew Modine), que testemunha diferentes e horríveis acontecimentos ao longo de todo o filme. Outros personagens são de extrema importância do enredo filme, como os soldados "Cowboy" (Arliss Howard), e Leonard Lawrence "Gomer Pyle" (Vincent D'Onofrio), o Sargento Hartman (R. Lee Ermey) e "Animal Mother" (Adam Baldwin). Diferente de outros clássicos sobre a Guerra do Vietnã, como Platoon (Oliver Stone) e Apocalypse Now (Francis Ford Coppola), Full Metal Jacket mostra de uma forma diferente temas como o tratamento de militares aos nativos, a visão dos mesmos quanto à guerra, e a tentativa de reconhecimento da própria personalidade no front. A visão de Kubrick, aliada com suas já conhecidas características (Preparo incansável dos atores e da equipe de filmagem, a longa duração do período de filmagens, o uso de equipamentos de última geração para a produção), logra em mostrar o Vietnã em pedaços, assim como são os relatos do soldado "The Joker", sendo estes o fio condutor da história. Abaixo, encontra-se duas cenas famosas retiradas do filme. A primeira, a cena em que "The Joker" e "RaftMan" se deparam com um atirador que inescrupulosamente assassina civis, e a segunda (Infelizemente, com baixa qualidade), ao som de "Surfin' Bird", da banda The Trashman, que mostra em sequência soldados americanos atacando posições de vietcongues, com diálogos que refletem a um humor negro. É óbvio que, para quem ja viu o filme, a cenas escolhidas não são as melhores, mas estas escolhas se devem apenas a mostrar um pouco do filme, e não mostrar os principais pontos do mesmo. Espero que gostem, e comentem.
Ps: O filme é uma ótima opção. Assistam!!!


Cena 1: Get Some!

Cena 2: Surfin' Bird